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A qualidade de Restart frente a Beatles e seus fãs

Quer saber de uma coisa que me irrita muito? Roqueiros chatos sem ter o que fazer. Isso me irrita muito. Isso e muitas outras coisas, pra dizer a verdade, mas hoje eu só falarei dessas pessoas que se vestem de preto.

Ultimamente tem sido moda criticar o Restart e suas fãs acéfalas. Ultimamente tem sido moda criticar qualquer coisa, para falar a verdade. Esta crítica aqui já é, por si só, parte da moda.

Longe de mim tentar defender as fãs, eu não acho que elas mereçam defesa ou qualquer tipo de argumento. A única coisa que me incomoda é ver o porque dessas fãs irritarem os fãs de Queen, Beatles e outras bandas revolucionárias do passado.

Antes de qualquer coisa é bom frisar que SEMPRE existiram Restarts e bandas do gênero (gênero ruim, para ser mais exato). A diferença é que por mais que New Kids on The Block tivesse fãs, não era suficiente para barrar os fãs de Aerosmith, por exemplo. O que não continua acontecendo nos dias de hoje.

Os roqueiros puritanos e saudosistas “evoluíram” a um tal nível que banda nenhuma conseguia preencher o vazio deixado pelas antigas. Nem mesmo as bandas antigas, se voltassem, conseguiriam preencher este vazio dos críticos de música erudita. Nenhum The Strokes deveria ser considerado rock, nenhum Linkin Park poderia tocar no mesmo evento que o Sepultura e nenhuma banda era digna de tocar nas rádios. Quando isso acontecia, eles boicotavam a rádio e reclamavam em seus círculos pessoais. E deu no que deu.

Quando as rádios tentaram tocar o som que eles queriam, eles começaram a criticar os programas “vendidos” e que tocavam músicas cortadas e editadas para não cansarem os ouvintes que não gostavam tanto dos solos de 40 minutos de certas bandas. Quando as rádios tentaram investir em bandas boas, todo mundo começou a ir contra e criou-se o movimento do “sou roqueiro demais para ouvir rádio” e todos partiram para a internet.

As rádios, como não podiam deixar de tocar música, investiram em outras bandas. Bandas que tinham a qualidade duvidosa mas que tinha uma coisa importantíssima para sua existência: os ouvintes.

Grandes ícones do passado

Acontecimento semelhante ocorre entre os fãs de séries e animes. Todos são bons demais para verem sua série preferida dublada, quando 11 entre 10 brasileiros NÃO SABEM E NÃO FAZEM QUESTÃO DE APRENDER A LER. Você acha mesmo que um canal de televisão com alcance nacional vai arriscar perder 90% da sua audiência para as novelas mexicanas do SBT só porque seus não espectadores querem ver séries legendadas?

Outro dia eu pensei na possibilidade de se criar uma rádio mainstream de músicas japonesas (temas de anime) e músicas nerds (temas de jogos). Logo em seguida me ocorreu o fato de que esta rádio iria a falência em sua primeira semana de funcionamento. O motivo? Os não ouvintes iriam preferir reclamar da programação na internet do que ouvir a rádio em si. Uma prática muito comum hoje em dia. Pessoas que não são clientes nem o público alvo de determinada marca reclamando de suas escolhas. Ou pessoas que defendem o direito dos animais em não serem testes de produtos de beleza enquanto não se importam de sentar na churrascaria e se deliciarem com um belo rodízio de animais mortos.

Voltando ao Restart.

O sucesso do Restart vem do fato que ele foi moldado exatamente da forma que o público queria, em uma época onde não haviam ídolos. Com o fim de RBD e sua leva de “roqueiros” a temática ainda estava muito recente na cabeça das crianças. Todos gostavam de se vestir como “roqueiros” mas ninguém queria ter que ouvir Tristania para isso. Logo, o Restart surgiu e deu-lhes a possibilidade de continuar ouvindo suas músicas e ainda fazer parte dos “roqueiros” que eles já estavam habituados.

Hoje em dia se Jesus, Beatles, Queen ou qualquer outra banda entrasse em um confronto direto com o Restart eles perderiam miseravelmente. Não por Restart ser melhor que eles, mas por conta do fato que os fãs de Restart não têm miolos para bolarem criticas interessantes sobre a banda, logo criam mais e mais fã clubes com o objetivo de votar em toda e qualquer votação em que sua banda estiver. Enquanto os “roqueiros” estão preocupados em criticar uns aos outros, em criar classificações que não lhes permitem ouvir determinada banda ou em criar clubes em que ninguém é aceito, só os fãs que ouviram as 3 músicas secretas do Nirvana, escondida em algum álbum de igual qualidade ruim, os fãs de Restart estão dispostos a de unirem até a seus piores inimigos (os grandões da Sétima série) para vencerem os “obstáculos” que surgem em sua frente.

Então meus amigos, antes de reclamarem do ostracismo midiático que suas bandas favoritas se meteram, pense qual sua parcela de culpa nisso. Pense que seu sobrinho que chegou com um CD do Red Hot Chilli Peppers todo feliz dizendo que estava “virando roqueiro” e foi escurraçado com todas as suas teorias idiotas de que Red Hot não é rock e que para ser realmente um “roqueiro” ele precisaria ouvir Iron Maiden e seus solos infinitos de 11 guitarristas, ele foi prontamente abraçado (por trás, acredito eu) e acolhido pelo grupinho da escola que ouvia NX Zero e Cine. Aí hoje você reclama que “Restart não é rock”.